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Edifício Espelhado

somos de início dois espelhos
alvo e modelo um para o outro
fera à espreita e a sem saída
que não dizem respeito ao mundo

e esquadrinhando seu alicerce
espero os meus serem seus olhos
como um mito que ritualiza
veios que atingem sua embocadura
(ventos que batem esquadrias)

nosso encontro é como uma prece
assento lágrimas tijolos
lanço pedras de naftalina
a um só tempo meio e produto

algo instrumento da paz feito
no entanto atávica e sem hora
ainda bafejo um ar egoísta
condensado pela cultura

mas me sinta perto e a esmo
e se reflita parte absorto
na causa de si que me fita
parte na minha que te assunta

somos de início dois espelhos
alvo e modelo um para o outro
fera à espreita e a sem saída
nada a dizer entre si e ao mundo

nosso reflexo é chama acesa
que inflama reinos enganosos
ácidos longevos e tristes
que agora nos têm com gastura

porque de lama e areia se ergue
este edifício de muitos olhos
que miram sacros e malditos
a si sem um fim a sua altura

com um passado de surpresas
e um amanhã talvez de glória
sonda-se suspeito essa vida-
-monumento a nossa fortuna

Terra sem pão

carmattos

RAIVA

Na época salazarista, a região do Alentejo era considerada o celeiro de Portugal por conta de sua produção de cereais. Mas também nessa área a fome grassava entre os camponeses que caíssem na desgraça dos latifundiários. RAIVA, coprodução luso-brasileira dirigida por Sérgio Tréfaut (português nascido no Brasil de pai alentejano e mãe francesa), põe em cena uma dessas famílias condenadas à miséria numa terra farta e ao mesmo tempo sem pão.

O filme se baseia no romance neorrealista Seara de Vento (1958), de Manuel da Fonseca. Traz um elenco estelar do cinema português. Hugo Bentes é Palma, camponês sem trabalho que se aventura numa pequena trupe de contrabandistas. Leonor Silveira é sua mulher, acabrunhada por uma vida sem sentido. Isabel Ruth é a sogra e Rita Cabaço é a filha de Palma que faz ativismo entre os camponeses. Diogo Dória vive o rico latifundiário Elias Sobral, que já…

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Edifício Espelhado

Blog de coisinhas do Marcos

somos de início dois espelhos
alvo e modelo um para o outro
fera à espreita e a sem saída
nada a dizer entre si e ao mundo

e esquadrinhando seu alicerce
espero os meus serem seus olhos
como um mito que ritualiza
veios que atingem sua embocadura
(ventos que batem esquadrias)

nosso encontro é como uma prece
assento lágrimas tijolos
lanço pedras de naftalina
a um só tempo meio e produto

algo instrumento da paz feito
no entanto atávica e sem hora
ainda bafejo um ar egoísta
condensado pela cultura

mas me sinta perto e a esmo
e se reflita parte absorto
na causa de si que me fita
parte na minha que te assunta

nosso reflexo é chama acesa
que inflama reinos enganosos
ácidos longevos e tristes
que agora nos têm com gastura

porque de lama e areia se ergue
este edifício de muitos olhos
que miram sacros e…

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Edifício Espelhado

somos de início dois espelhos
alvo e modelo um para o outro
fera à espreita e a sem saída
que não dizem respeito ao mundo

e esquadrinhando seu alicerce
espero os meus serem seus olhos
como um rito que mitifica
veios que atingem sua embocadura
(ventos que batem esquadrias)

nosso encontro é como uma prece
assento lágrimas tijolos
lanço pedras de naftalina
a um só tempo meio e produto

algo instrumento da paz feito
no entanto atávica e sem hora
ainda bafejo um ar egoísta
condensado pela cultura

sinta-me perto e um tanto a esmo
e se reflita parte absorto
na causa de si que me fita
parte na minha que te assunta

nosso reflexo é chama acesa
que inflama reinos enganosos
ácidos longevos e tristes
que agora nos têm com gastura

porque de lama e areia se ergue
esta imagem justaposta
de muitos iguais e cindidos
que veem a si e um fim a sua altura