somos de início dois espelhos
alvo e modelo um para o outro
fera à espreita e a sem saída
nada a dizer entre si e ao mundo
e esquadrinhando seu alicerce
espero os meus serem seus olhos
como um mito que ritualiza
veios que atingem sua embocadura
(ventos que batem esquadrias)
nosso encontro é como uma prece
assento lágrimas tijolos
lanço pedras de naftalina
a um só tempo meio e produto
algo instrumento da paz feito
no entanto atávica e sem hora
ainda bafejo um ar egoísta
condensado pela cultura
mas me sinta perto e a esmo
e se reflita parte absorto
na causa de si que me fita
parte na minha que te assunta
nosso reflexo é chama acesa
que inflama reinos enganosos
ácidos longevos e tristes
que agora nos têm com gastura
porque de lama e areia se ergue
este edifício de muitos olhos
que miram sacros e…
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